A FARSA
Em 2011, alguns jornais e revistas online publicaram uma matéria afirmando que, de acordo com um exame de DNA, o Faraó Tutancâmon seria 99,6% europeu, pois pertenceria ao haplogrupo R1b1a2. Os haplogrupos indicam a ancestralidade da pessoa examinada. O haplogrupo R1b1a2 é comum à Europa, sendo compartilhado por mais de metade da população masculina europeia. Mas como se chegou à conclusão de que Tutancâmon pertenceria a esse haplogrupo? É simplesmente absurdo! A empresa genômica suíça iGenea afirmou ter avistado o exame de DNA do Faraó num documentário do Discovery Channel, que segundo a empresa, os pesquisadores teriam deixado "escapulir" por acidente! Carsten Pusch, geneticista da Universidade de Tubingen (Alemanha) - cientista que foi parte da equipe que examinou de perto o DNA de Tutancâmon - publicou parte do exame no JAMA (Diário da Associação Médica Americana), mas recusou-se a revelar o haplogrupo ao qual o Faraó pertenceria.
Mas tamanha falta de profissionalismo por parte da iGenea tem uma explicação: a empresa lançou um projeto para encontrar descendentes do Faraó, no qual os interessados devem pagar até 1.099 euros por uma análise genética para determinar a ascendência.
Se ainda resta alguma dúvida a respeito da invalidade da afirmação acima (de que Tutancâmon era 99,6% europeu), Pusch, o mesmo geneticista que participou da pesquisa, afirmou em entrevista à LiveScience que a afirmação da iGenea é, em sua próprias palavras, "simplesmente impossível". "Dr. Albert da EURAC em Bolzano e co-autor da publicação no JAMA em 2010 visualizou a gravação e confirmou que a empresa age de forma anticientífica. A empresa suíça não tentou nos contactar antes de lançar sua nova página na Internet", disse Pusch.
Apesar de negar a afirmação da iGenea, Pusch e sua equipe, por razões desconhecidas, recusam revelar o verdadeiro haplogrupo de Tutancâmon.
Em 2011, alguns jornais e revistas online publicaram uma matéria afirmando que, de acordo com um exame de DNA, o Faraó Tutancâmon seria 99,6% europeu, pois pertenceria ao haplogrupo R1b1a2. Os haplogrupos indicam a ancestralidade da pessoa examinada. O haplogrupo R1b1a2 é comum à Europa, sendo compartilhado por mais de metade da população masculina europeia. Mas como se chegou à conclusão de que Tutancâmon pertenceria a esse haplogrupo? É simplesmente absurdo! A empresa genômica suíça iGenea afirmou ter avistado o exame de DNA do Faraó num documentário do Discovery Channel, que segundo a empresa, os pesquisadores teriam deixado "escapulir" por acidente! Carsten Pusch, geneticista da Universidade de Tubingen (Alemanha) - cientista que foi parte da equipe que examinou de perto o DNA de Tutancâmon - publicou parte do exame no JAMA (Diário da Associação Médica Americana), mas recusou-se a revelar o haplogrupo ao qual o Faraó pertenceria.
Mas tamanha falta de profissionalismo por parte da iGenea tem uma explicação: a empresa lançou um projeto para encontrar descendentes do Faraó, no qual os interessados devem pagar até 1.099 euros por uma análise genética para determinar a ascendência.
Se ainda resta alguma dúvida a respeito da invalidade da afirmação acima (de que Tutancâmon era 99,6% europeu), Pusch, o mesmo geneticista que participou da pesquisa, afirmou em entrevista à LiveScience que a afirmação da iGenea é, em sua próprias palavras, "simplesmente impossível". "Dr. Albert da EURAC em Bolzano e co-autor da publicação no JAMA em 2010 visualizou a gravação e confirmou que a empresa age de forma anticientífica. A empresa suíça não tentou nos contactar antes de lançar sua nova página na Internet", disse Pusch.
Apesar de negar a afirmação da iGenea, Pusch e sua equipe, por razões desconhecidas, recusam revelar o verdadeiro haplogrupo de Tutancâmon.
O QUE AS ANÁLISES GENÉTICAS REVELAM
Análise genética feita pela empresa DNA Tribes dos Faraós Tutancâmon e Amenófis III, assim como Yuia (cortesão) e Tuiu (nobre) e outras múmias encontradas em Armana apresentaram unanimemente ancestralidade africana e afinidade genética com grupos da África Subsaariana (a chamada "África Negra").
Uma das múmias, de identidade desconhecida, (chamada de múmia KV35YL) apresentou ancestralidade majoritariamente sul-africana com marcas de DNA de populações da Península Arábica, Europa e Ásia, indicando uma possível mestiçagem.
Em outra análise, a DNA Tribes examinou o Faraó Ramsés III e os resultados mais uma vez indicaram ancestralidade subsaariana.
Outro estudo não relacionado indicou que Ramsés III pertencia ao haplogrupo E1b1a, subtipo do haplogrupo E-V38, encontrado na África Ocidental, África Central, Sul da África, Norte da África e em partes sulistas da África Oriental. É encontrado com baixa frequência em árabes (menos de 8%) - os atuais moradores do Egito moderno.
Análise genética feita pela empresa DNA Tribes dos Faraós Tutancâmon e Amenófis III, assim como Yuia (cortesão) e Tuiu (nobre) e outras múmias encontradas em Armana apresentaram unanimemente ancestralidade africana e afinidade genética com grupos da África Subsaariana (a chamada "África Negra").
Uma das múmias, de identidade desconhecida, (chamada de múmia KV35YL) apresentou ancestralidade majoritariamente sul-africana com marcas de DNA de populações da Península Arábica, Europa e Ásia, indicando uma possível mestiçagem.
Em outra análise, a DNA Tribes examinou o Faraó Ramsés III e os resultados mais uma vez indicaram ancestralidade subsaariana.
Outro estudo não relacionado indicou que Ramsés III pertencia ao haplogrupo E1b1a, subtipo do haplogrupo E-V38, encontrado na África Ocidental, África Central, Sul da África, Norte da África e em partes sulistas da África Oriental. É encontrado com baixa frequência em árabes (menos de 8%) - os atuais moradores do Egito moderno.
CONTRA O RACISMO DE HOLLYWOOD
Está previsto para 2016, o lançamento do filme "Gods of Egypt" e será decepcionante ver Hollywood mais uma vez usurpar a história negra do Antigo Egito. Tenho certeza que o elenco será "de primeira", porém não refletirá a realidade histórica evidente. Por isso, a Thorne Studios criou um abaixo-assinado online que pode ser assinado, clicando aqui. Mais de 16.000 pessoas assinaram, mas eles ainda necessitam de +8.000 assinaturas.
Está previsto para 2016, o lançamento do filme "Gods of Egypt" e será decepcionante ver Hollywood mais uma vez usurpar a história negra do Antigo Egito. Tenho certeza que o elenco será "de primeira", porém não refletirá a realidade histórica evidente. Por isso, a Thorne Studios criou um abaixo-assinado online que pode ser assinado, clicando aqui. Mais de 16.000 pessoas assinaram, mas eles ainda necessitam de +8.000 assinaturas.