10 Coisas que o Privilégio Branco Fez por Mim em 10 Dias
Por: Olivia Cole
Algumas das coisas sobre as quais mais escrevo são o racismo, o sexismo, a misoginia, e a desigualdade na mídia e cultura pop americana, especialmente a sub-representação das mulheres de cor na supracitada. As razões são muitas e complicadas. Quase todas as minhas amigas mais próximas foram e continuam sendo mulheres negras e pardas, e eu fui ouvinte da sua dor e invalidação desde que era muito jovem. Eu fui para a Universidade de Columbia, Chicago, onde minhas amigas tiveram dificuldade em encontrar arte (literatura e filme) nas quais elas não fossem apenas representadas, mas representadas de forma diferenciada e profunda que fosse além do toquenismo. Como uma mulher branca, eu me sentia impotente, tentando educar pessoas brancas (família, colegas, Facebook) sobre o privilégio branco e as conseqüências da sub-representação, tanto para auto-estima das crianças de cor quanto para a perpetuação das ideologias supremacistas brancas. Eu sou uma escritora, então há algum tempo eu começar a blogar como meio de comunicar algumas dessas idéias, na esperança de usar meu privilégio branco para alcançar pessoas e mudar algumas mentes.
Mas algo tem me perturbado ultimamente e não estava certa do que era, até a semana passada quando um blog que escrevi sobre o filme Lucy alcançou cerca de 230 mil pessoas e os emails começaram a transbordar. Nem todos eram “emails de ódio” (embora alguns certamente tenham sido): muitos foram de pessoas de cor escrevendo para dizer: “Que blog legal. Eu tenho dito isso há anos e ninguém ouve”.
Foi então que entendi, e devia ter entendido muito antes, mas essa droga de privilégio branco pode lhe fazer de idiota às vezes: ao falar sobre estes assuntos e encontrar um público, estou exercitando o privilégio branco, e apesar de acreditar que escrever sobre a falta de representação das pessoas de cor em Hollywood e na mídia pode ter um efeito positivo, me ocorreu que eu passo muito tempo falando dos problemas do sistema branco-supremacista no qual vivemos, mas não tanto falando sobre os modos com os quais eu opero nesse sistema. Eu tento manter meu privilégio em cheque – nem sempre tenho êxito – mas desde a semana passada, eu estive ativamente monitorando minha vida diária e observando as formas com as quais esse privilégio me beneficiou quando se trata do blog e da escrita que eu faço. Então eis aqui, 10 maneiras em 10 dias. (Nota: há definitivamente mais do que 10, e eles se estendem para além da minha escrita. Vide a obra de Peggy McIntosh para uma lista melhor e mais extensa).
1. As pessoas leram meu blog sobre Lucy.
Reafirmando isto às pessoas que não leram a introdução, eu escrevi um blog sobre estar cansada de ver rostos brancos na telona, dissecando o filme Lucy, e as pessoas (brancas) realmente o leram. Eu não disse nada de novo nesse blog que as pessoas de cor já não disseram mil vezes antes, desde antes de eu nascer. E não estou dizendo que pessoas brancas nunca leem obras de pessoas não-brancas. Mas os emails que eu recebi de pessoas brancas dizendo “Uau, você realmente abriu meus olhos!” é revelador.
2. Apesar de ter problema com a sub-representação de pessoas de cor, minha própria representação não é um problema.
Apesar da minha raiva sobre Hollywood, a mídia e a ficção popular (inclusive ficção adulto-juvenil) apagar protagonistas negros e pardos, isso não significa que eu ainda não seja representada por toda parte. Eu descobri que tenho que me acautelar muito com isso, pois ser uma convidada numa comunidade não é a mesma coisa que ser parte daquela comunidade. O fato de escrever sobre sub-representação de pessoas de cor não significa que eu seja sub-representada: eu ligo a TV e vejo mulheres brancas com pele e cabelo iguais aos meus. Eu vou ao cinema e sou bombardeada com homens e mulheres que se parecem comigo, não relegadas a papeis de serviçais, escravas ou token. (Estou olhando para você Exôdo: Deuses e Reis, e, bem, quase todos os movies. Veja esse infográfico sobre a lacuna de diversidade em filmes de ficção científica e fantasia).
3. Algumas pessoas brancas acham que eu sou brava e legal.
Tenho recebido emails de pessoas brancas dizendo que me admiram, etc. e que o que estou fazendo é importante. Apesar de apreciar estes emails, eu não posso deixar de me perguntar se elas estão enviando os mesmos emails a mulheres como @TheTrudz, @FeministaJones e @BlackGirlDanger, mulheres negras que diariamente fazem trabalhos mais importantes e recebem 100x mais emails de ódio. Elas são bravas e brilhantes. E tão, tão legais.
4. Pessoas brancas não me veem como pária.
Sim, eu tenho recebido muitos emails desagradáveis e nem tenho me importado em ler os comentários dos últimos blogs que escrevi. (Desculpa, gente: amor próprio). Mas minha crítica a Hollywood (e às pessoas brancas) não me prejudica em grande escala, nem ninguém supõe que eu fale por toda a minha raça. Ninguém está lendo meus blogs e dizendo, “Ela só está enraivada porque ela é uma [inserir grupo marginalizada aqui]. É assim que eles todos pensam”. Eu recebo o benefício da validade porque sou branca.
5. Ninguém acha que sou egoísta.
Quando pessoas de cor escrevem sobre seus problemas (em qualquer arena ou indústria) que afetam pessoas de cor, eles são rotulados de egoístas ou apenas interessados nas causas que os afetam, ao invés de serem vistos como provedores válidos de experiência vivida. Então, embora algumas pessoas que lêem meus blogs achem que eu sou uma idiota ou que estou perdendo de vista aspectos importantes de como o racismo opera – ambos dos quais podem ser verdade – isso geralmente não inclui a idéia de que só estou nisto por mim mesma.
6. Eu posso cometer erros gramaticais e de pontuação sem as pessoas atribuírem isto à minha raça.
Hei, eu cometo erros de digitação. Todos nós cometemos. Mas quando as pessoas que estão lendo obras de pessoas de cor e buscando uma razão para desconsiderá-las, a pontuação e a gramática são geralmente atacadas como forma de enfraquecer seu argumento. Eu posso escrever “platypus” como “plattapus” e as pessoas dirão: “Ela não sabe escrever platypus. Ela é burra” e não “Ela não sabe escrever platypus. Ela é burra porque ela é [inserir grupo marginalizado aqui]”.
7. Eu posso responder raivosamente a comentários desagradáveis sem as pessoas atribuir isso à minha raça.
Essa é uma extensão do nº 7 [sic] mas merece o seu próprio, porque é algo com que eu vejo mulheres de cor sofrerem muito, tanto na vida como na mídia online/social. Um troll deixa um comentário desagradável ou envia um tweet cruelmente racista, e a mulher em questão responde com algo mal-humorado, e o troll então dirá, “Veja, uma mulher negra enraivada. O que esperar?” Eu, por outro lado, posso responder com toda a desagradabilidade do mundo, e enquanto minha feminilidade provavelmente será atacada (“vadia”, “vagabunda”, etc.), minha raça não será.
8. As pessoas compram meu livro.
Eu escrevi uma novela de ficção científica para minhas duas melhores amigas (Oi, Hope! Oi, Tasha!) e então a heroína é uma mulher de cor arrasando no apocalipse. As pessoas o estão comprando, empolgados com a idéia de uma personagem não branca neste cenário. Mas muitos deles nunca ouviram de falar de Octavia Butler. Muitos deles nunca ouviram falar de Nnedi Okorafor. Meu privilégio branco tornou a mim e meu trabalho visíveis e algumas pessoas pensam erroneamente que eu sou a primeira a fazer o que fiz. Eu não sou. Eu não sou. Não me entenda mal, eu quero que as pessoas comprem meu livro. Mas o que não posso deixar acontecer é o apagamento das mulheres de cor quem fizeram isso primeiro. (Note: isso não significa que eu vendi remotamente tantos livros quando Nnedi Okorafor e especialmente Octavia Butler. Mas quando estamos falando de tradições literárias, o fato de leitores brancos têm lido meu livro, mas não o deles é revelador e problemático).
9. A minha escrita não é limitada pelo mercado de contos de escravidão e servidão.
Embora muito do meu assunto confronta questões de raça, meu privilégio branco é uma bolha em torno de mim quando se trata de meu futuro em escrever e publicar. Muitos dos meus amigos autores e poetas expressaram frustração ao se aproximarem de agentes e editores com seus livros, apenas para ser ditos: "Bem, talvez se você centrasse a história em torno da escravidão ou do racismo." Minha escrita não é obrigada a se concentrar em aspectos da minha raça e experiência cultural, onde [sic] as pessoas de cor são freqüentemente convidadas a atuar como porta-voz ou historiador com o seu trabalho. Eu lancei uma série de fantasia adulto-juvenil, e tudo o que me foi dito foi "Legal".
10. Eu posso parar de escrever / pensar sobre o racismo e a minha vida não vai mudar muito.
Uma das coisas sobre o privilégio branco é que ele é como um banho de vapor. Se você ficar cansado de lutar ou exausto de lutar contra as instituições racistas, você pode afundar-se no banho, relaxar e deixar o vapor ofuscar a sua visão. Eu posso sentar e assistir a um filme com um elenco caiado [“whitewashed”], desligar o meu cérebro, e desfrutar de imagens de mim mesma refletidas de volta para mim. Se eu parasse de pensar e escrever sobre o racismo, a minha vida não iria mudar, além de alguns e-mails a menos em minha caixa de entrada me chamando de "vadia traidora da raça", minha vida continuaria inalterada. Tal é o privilégio branco. A capacidade de não pensar, de não estar sempre ciente de sua raça - sua presença ou ausência.
Este artigo em si é uma manifestação de privilégio branco. Vou publicá-la online e as pessoas provavelmente vão lê-lo, e esta lista vai começar toda de novo. Mas eu acho que eu preciso continuar a falar sobre essas coisas, porque escrever um blog sobre a brancura em Hollywood não é suficiente. Escrevendo 100 blogs sobre a brancura em Hollywood não é suficiente. Espero que desta vez que os e-mails que recebo de leitores brancos são mais do que "Você está certo, não há uma super-representação de pessoas brancas em Hollywood!" e se aventurar em "Você está certo, a nossa própria brancura trabalha de maneiras complexas." A mudança começa em casa, e o verdadeiro lugar em que vivo é no meu corpo.
Original: http://www.huffingtonpost.com/olivia-cole/10-things-white-privilege_b_5658049.html
Por: Olivia Cole
Algumas das coisas sobre as quais mais escrevo são o racismo, o sexismo, a misoginia, e a desigualdade na mídia e cultura pop americana, especialmente a sub-representação das mulheres de cor na supracitada. As razões são muitas e complicadas. Quase todas as minhas amigas mais próximas foram e continuam sendo mulheres negras e pardas, e eu fui ouvinte da sua dor e invalidação desde que era muito jovem. Eu fui para a Universidade de Columbia, Chicago, onde minhas amigas tiveram dificuldade em encontrar arte (literatura e filme) nas quais elas não fossem apenas representadas, mas representadas de forma diferenciada e profunda que fosse além do toquenismo. Como uma mulher branca, eu me sentia impotente, tentando educar pessoas brancas (família, colegas, Facebook) sobre o privilégio branco e as conseqüências da sub-representação, tanto para auto-estima das crianças de cor quanto para a perpetuação das ideologias supremacistas brancas. Eu sou uma escritora, então há algum tempo eu começar a blogar como meio de comunicar algumas dessas idéias, na esperança de usar meu privilégio branco para alcançar pessoas e mudar algumas mentes.
Mas algo tem me perturbado ultimamente e não estava certa do que era, até a semana passada quando um blog que escrevi sobre o filme Lucy alcançou cerca de 230 mil pessoas e os emails começaram a transbordar. Nem todos eram “emails de ódio” (embora alguns certamente tenham sido): muitos foram de pessoas de cor escrevendo para dizer: “Que blog legal. Eu tenho dito isso há anos e ninguém ouve”.
Foi então que entendi, e devia ter entendido muito antes, mas essa droga de privilégio branco pode lhe fazer de idiota às vezes: ao falar sobre estes assuntos e encontrar um público, estou exercitando o privilégio branco, e apesar de acreditar que escrever sobre a falta de representação das pessoas de cor em Hollywood e na mídia pode ter um efeito positivo, me ocorreu que eu passo muito tempo falando dos problemas do sistema branco-supremacista no qual vivemos, mas não tanto falando sobre os modos com os quais eu opero nesse sistema. Eu tento manter meu privilégio em cheque – nem sempre tenho êxito – mas desde a semana passada, eu estive ativamente monitorando minha vida diária e observando as formas com as quais esse privilégio me beneficiou quando se trata do blog e da escrita que eu faço. Então eis aqui, 10 maneiras em 10 dias. (Nota: há definitivamente mais do que 10, e eles se estendem para além da minha escrita. Vide a obra de Peggy McIntosh para uma lista melhor e mais extensa).
1. As pessoas leram meu blog sobre Lucy.
Reafirmando isto às pessoas que não leram a introdução, eu escrevi um blog sobre estar cansada de ver rostos brancos na telona, dissecando o filme Lucy, e as pessoas (brancas) realmente o leram. Eu não disse nada de novo nesse blog que as pessoas de cor já não disseram mil vezes antes, desde antes de eu nascer. E não estou dizendo que pessoas brancas nunca leem obras de pessoas não-brancas. Mas os emails que eu recebi de pessoas brancas dizendo “Uau, você realmente abriu meus olhos!” é revelador.
2. Apesar de ter problema com a sub-representação de pessoas de cor, minha própria representação não é um problema.
Apesar da minha raiva sobre Hollywood, a mídia e a ficção popular (inclusive ficção adulto-juvenil) apagar protagonistas negros e pardos, isso não significa que eu ainda não seja representada por toda parte. Eu descobri que tenho que me acautelar muito com isso, pois ser uma convidada numa comunidade não é a mesma coisa que ser parte daquela comunidade. O fato de escrever sobre sub-representação de pessoas de cor não significa que eu seja sub-representada: eu ligo a TV e vejo mulheres brancas com pele e cabelo iguais aos meus. Eu vou ao cinema e sou bombardeada com homens e mulheres que se parecem comigo, não relegadas a papeis de serviçais, escravas ou token. (Estou olhando para você Exôdo: Deuses e Reis, e, bem, quase todos os movies. Veja esse infográfico sobre a lacuna de diversidade em filmes de ficção científica e fantasia).
3. Algumas pessoas brancas acham que eu sou brava e legal.
Tenho recebido emails de pessoas brancas dizendo que me admiram, etc. e que o que estou fazendo é importante. Apesar de apreciar estes emails, eu não posso deixar de me perguntar se elas estão enviando os mesmos emails a mulheres como @TheTrudz, @FeministaJones e @BlackGirlDanger, mulheres negras que diariamente fazem trabalhos mais importantes e recebem 100x mais emails de ódio. Elas são bravas e brilhantes. E tão, tão legais.
4. Pessoas brancas não me veem como pária.
Sim, eu tenho recebido muitos emails desagradáveis e nem tenho me importado em ler os comentários dos últimos blogs que escrevi. (Desculpa, gente: amor próprio). Mas minha crítica a Hollywood (e às pessoas brancas) não me prejudica em grande escala, nem ninguém supõe que eu fale por toda a minha raça. Ninguém está lendo meus blogs e dizendo, “Ela só está enraivada porque ela é uma [inserir grupo marginalizada aqui]. É assim que eles todos pensam”. Eu recebo o benefício da validade porque sou branca.
5. Ninguém acha que sou egoísta.
Quando pessoas de cor escrevem sobre seus problemas (em qualquer arena ou indústria) que afetam pessoas de cor, eles são rotulados de egoístas ou apenas interessados nas causas que os afetam, ao invés de serem vistos como provedores válidos de experiência vivida. Então, embora algumas pessoas que lêem meus blogs achem que eu sou uma idiota ou que estou perdendo de vista aspectos importantes de como o racismo opera – ambos dos quais podem ser verdade – isso geralmente não inclui a idéia de que só estou nisto por mim mesma.
6. Eu posso cometer erros gramaticais e de pontuação sem as pessoas atribuírem isto à minha raça.
Hei, eu cometo erros de digitação. Todos nós cometemos. Mas quando as pessoas que estão lendo obras de pessoas de cor e buscando uma razão para desconsiderá-las, a pontuação e a gramática são geralmente atacadas como forma de enfraquecer seu argumento. Eu posso escrever “platypus” como “plattapus” e as pessoas dirão: “Ela não sabe escrever platypus. Ela é burra” e não “Ela não sabe escrever platypus. Ela é burra porque ela é [inserir grupo marginalizado aqui]”.
7. Eu posso responder raivosamente a comentários desagradáveis sem as pessoas atribuir isso à minha raça.
Essa é uma extensão do nº 7 [sic] mas merece o seu próprio, porque é algo com que eu vejo mulheres de cor sofrerem muito, tanto na vida como na mídia online/social. Um troll deixa um comentário desagradável ou envia um tweet cruelmente racista, e a mulher em questão responde com algo mal-humorado, e o troll então dirá, “Veja, uma mulher negra enraivada. O que esperar?” Eu, por outro lado, posso responder com toda a desagradabilidade do mundo, e enquanto minha feminilidade provavelmente será atacada (“vadia”, “vagabunda”, etc.), minha raça não será.
8. As pessoas compram meu livro.
Eu escrevi uma novela de ficção científica para minhas duas melhores amigas (Oi, Hope! Oi, Tasha!) e então a heroína é uma mulher de cor arrasando no apocalipse. As pessoas o estão comprando, empolgados com a idéia de uma personagem não branca neste cenário. Mas muitos deles nunca ouviram de falar de Octavia Butler. Muitos deles nunca ouviram falar de Nnedi Okorafor. Meu privilégio branco tornou a mim e meu trabalho visíveis e algumas pessoas pensam erroneamente que eu sou a primeira a fazer o que fiz. Eu não sou. Eu não sou. Não me entenda mal, eu quero que as pessoas comprem meu livro. Mas o que não posso deixar acontecer é o apagamento das mulheres de cor quem fizeram isso primeiro. (Note: isso não significa que eu vendi remotamente tantos livros quando Nnedi Okorafor e especialmente Octavia Butler. Mas quando estamos falando de tradições literárias, o fato de leitores brancos têm lido meu livro, mas não o deles é revelador e problemático).
9. A minha escrita não é limitada pelo mercado de contos de escravidão e servidão.
Embora muito do meu assunto confronta questões de raça, meu privilégio branco é uma bolha em torno de mim quando se trata de meu futuro em escrever e publicar. Muitos dos meus amigos autores e poetas expressaram frustração ao se aproximarem de agentes e editores com seus livros, apenas para ser ditos: "Bem, talvez se você centrasse a história em torno da escravidão ou do racismo." Minha escrita não é obrigada a se concentrar em aspectos da minha raça e experiência cultural, onde [sic] as pessoas de cor são freqüentemente convidadas a atuar como porta-voz ou historiador com o seu trabalho. Eu lancei uma série de fantasia adulto-juvenil, e tudo o que me foi dito foi "Legal".
10. Eu posso parar de escrever / pensar sobre o racismo e a minha vida não vai mudar muito.
Uma das coisas sobre o privilégio branco é que ele é como um banho de vapor. Se você ficar cansado de lutar ou exausto de lutar contra as instituições racistas, você pode afundar-se no banho, relaxar e deixar o vapor ofuscar a sua visão. Eu posso sentar e assistir a um filme com um elenco caiado [“whitewashed”], desligar o meu cérebro, e desfrutar de imagens de mim mesma refletidas de volta para mim. Se eu parasse de pensar e escrever sobre o racismo, a minha vida não iria mudar, além de alguns e-mails a menos em minha caixa de entrada me chamando de "vadia traidora da raça", minha vida continuaria inalterada. Tal é o privilégio branco. A capacidade de não pensar, de não estar sempre ciente de sua raça - sua presença ou ausência.
Este artigo em si é uma manifestação de privilégio branco. Vou publicá-la online e as pessoas provavelmente vão lê-lo, e esta lista vai começar toda de novo. Mas eu acho que eu preciso continuar a falar sobre essas coisas, porque escrever um blog sobre a brancura em Hollywood não é suficiente. Escrevendo 100 blogs sobre a brancura em Hollywood não é suficiente. Espero que desta vez que os e-mails que recebo de leitores brancos são mais do que "Você está certo, não há uma super-representação de pessoas brancas em Hollywood!" e se aventurar em "Você está certo, a nossa própria brancura trabalha de maneiras complexas." A mudança começa em casa, e o verdadeiro lugar em que vivo é no meu corpo.
Original: http://www.huffingtonpost.com/olivia-cole/10-things-white-privilege_b_5658049.html